terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Autotélica?


Nesse semestre aprendi pelo menos duas palavrinhas novas: vicissitude e autotélico. A primeira parece ser algo ruim, mas nem é. Significa apenas mudança. E a segunda...

A brincadeira, por exemplo, tem um caráter autotélico. Ou seja, nao se brinca para alcançar algo depois, brinca-se por brincar. A brincadeira tem um fim em si mesma, ao contrário de uma tarefa da escola, que é feita para se alcançar algo, que a criança muitas vezes nem imagina o quê.

Pensando nisso, descobri outra coisa que, para mim, tem um caráter autotélico: a vida. Ela nao é um meio, pelo qual se “paga” pela “vida anterior” ou no qual preparamos as nossas “próximas vidas” ou nosso “lugar no paraíso”. Nao é consequência, nem causa. Vivemos por viver, como na brincadeira.

Quando comparo a vida com a brincadeira, nao quero dizer que tem alguém jogando com a gente (um Deus) e que somos apenas peças. Quem brinca somos nós, apenas por brincar. Brincando, em alguns momentos perdemos, outros ganhamos, choramos, nos divertimos, fazemos parcerias, seguimos regras, assim como as desrespeitamos... Na brincadeira, uns saem para outros entrarem.

E o jogo continua...

(Junho de 2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário