Jesús homem-mosca
Tudo depende qual
lente
queremos usar
Sempre limitada
E turva
E sua...
Mas podemos trocar
Sempre escolher
os olhos com que vamos
ver
E, então, por que
os morcegos voam
no ar dos beija-flores
que não atraem os
pássaros
que não encontram seus
ninhos
e na calorosa multidão
andamos todos sozinhos?
O pudim na boca
amarga e espeta
A noite rouba
o céu do dia
A calma inquieta
O afago arde
E o riso não contagia
A lágrima pesa
o universo
o infinito
O espelho tão feio
está sempre quebrado
Chinelo virado
O gole,
precipitado
Porque a sorte
é sempre do outro
que calçado caminha ao
brinde da vida
Enquanto Eu?
Caminho à merda
Quando as moscas virão
me salvar
E então tomo um banho
gelado
Mais uns tragos de
alegrias
Busco um sofá
pra encostar
E, enfim,
no fundo
percebo o messias
Abr/ 09